sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Vamos todos morrer

* Humor negro escocês e uma mensagem punk-otimista de Natal. Feliz 2008! =))



* O radialista da BBC Colin Murray fez um movimento para que essa música fosse escolhida "a música de Natal do ano". Quase deu certo, mas ela acabou perdendo para o vencedor do infame "American Idol" local (X-Factor). Malcom Middleton fez uma versão especial para a BBC, acústica e com um coral de criancinhas. Dá para ver o vídeo aqui.

* Para mais Malcom Middleton:

[ Site Oficial ]

[ MySpace ]

[ Blog ]

[ Arab Strap ]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Despedida em slow-motion: ultima semana

Da Guinness para a Brahma em 7 dias

* Estou em processo lento de despedida de Londres. Tentando fazer tudo o que faltou, juntar um dinheirinho aqui e ali para compras de Natal (desculpa gente, mas não deu para juntar nada), reunindo amigos, sendo emotiva, fotografando besteiras, refazendo caminhos, etc. Espero poder voltar logo.

* Por falar em cerveja, tem um comercial da Brahma que passa no cinema aqui a toda hora. Um cara no Rio (aquela coisa: praia, sol, mulher bonita, bla bla) toca samba sem pandeiro, mas com uma caixinha de fósforo. Daí uma dupla de amigos joga ping-pong sem raquete, mas com havaianas, e por aí vai. Deixando os clichês de lado e a falta de originalidade, não entendi a moral da história. Parece uma coisa tipo "quem não tem cão caça com gato". Mas e aí, se não tiver Guinness vai Brahma mesmo? Sempre viajo no final do comercial e não vejo o fim. Certamente eu perdi alguma coisa importante ali.

Justice @ Brixton

* Acho que eu estou velha demais para o Justice, deve ser isso. Não sou nada fã de pop/electro/dance/blabla francês, e não gosto nem de Daft Punk. Nunca consegui ouvir o cd do Justice inteiro e ao vivo, então, fiquei me sentindo a tiazona do Xerox infiltrada na festa do colegial da escola.

* Ainda mais na Brixton Academy, um lugar surreal para show desse tipo. Cadeiras numeradas, vários seguranças fazendo a molecada derretida ficar sentada e, detalhe: é proibida a entrada com chiclete. Eles não só me fizeram cuspir o chiclete, como jogaram meu pacote de trident novinho. Nas cadeiras vizinhas, adolescentes vestidos de rena (!!!) - segundo uma amiga que é produtora aqui em Londres, o assessor do CSS enviou um email para a imprensa pedindo que as pessoas fossem aos shows fantasiadas - e mães com filhas ansiosas esperando o CSS. A Lovefoxxx reina absoluto entre essas meninas, que só se levantaram da cadeira quando o Justice parou. Eu ainda não entendo o eletrônico pastelão do Justice, mas admirei a força de vontade do público que berrava, derretia, cantava e dançava freneticamente... nas cadeiras.

Desculpa, roqueiros

* Eu cheguei super atrasada nesse lance do blog Dear Rockers. Você pode mandar a sua carta-desculpa para aquele artista cujo CD você acaba de baixar na internet de graça. Mande também $5, claro. Eu acho que devo mandar as minhas desculpas ao Justice então, mas não pretendo pagar $5 pelo CD que já deletei do sistema.

* Passei um tempão lendo as cartas absurdas no blog. Tem até uma menina que pede desculpas ao Gipsy Kings por um mixtape de 1996, com fotinho da fita cassete e tudo!!! Isso sim é old-school.

* Em um post da semana passada, falei que o único filme de que não gosto do Wes Anderson é o "The Life Aquatic...". Além de ter achado meio bobo, a trilha sonora do Seu Jorge me deu sono. Por coincidência o Guardian entrevistou essa semana o cara com o emprego mais chato do mundo: Randall Poster, que ganha a vida fazendo trilha sonora para filmes alternativos. Ele faz a trilha de todos os trabalhos do W. Anderson, e olha o que ele diz sobre a trilha do "Life Aquatic...":
"Seu Jorge, que faz o papel de um cara chamado Pelé, foi chamado para o elenco porque tinha participado do filme Cidade de Deus. A gente sabia que ele tocava um pouco, mas não tinha idéia da contribuição que ele traria ao projeto. Ele não falava muito bem inglês e não tinha qualquer familiaridade com as músicas do Bowie, mas de alguma forma se saiu bem. (...) Fizemos 13 músicas juntos e foi mágica, porque no script dizia apenas: 'Pelé embarca e canta uma música do David Bowie em português'. A gente partiu disso e só."
* Eu acho muito bem bolado esse anúncio em ônibus e metrôs de Londres. Em um deles, tem um cara de olhos fechados completamente viajando na música que sai do iPod. No banco ao lado, um cara encara o iPod com cara de "já é". Bye Pod!!! Porque trombadinha existe em qualquer lugar do mundo. =)

* A alternativa é disfarçar o seu iPod com capuz! Adooooro essas capinhas do site iPod Hoodies. Ela é feita de moletom e você pode escolher vários modelos aqui.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Blonde Redhead e Interpol @ Ally Pally

* Ter visto o Interpol aqui na semana passada me deixou com mais vontade ainda de ver a banda no Brasil em 2008. O Interpol é uma das poucas bandas - com o Arcade Fire - que ainda me faz comprar CD. Não tem uma música deles de que eu não goste. Nem sei dizer qual disco é o meu preferido. O show é impecável, e não vou escrever de novo por preguiça mesmo e porque já mandei para a Popload. Dá para ler aqui.

Blonde Redhead + Interpol @ Alexandra Palace

* A abertura do Blonde Redhead foi um bônus e tanto. Eu teria pago as mesmas libras para ver só eles, então ter as duas bandas no mesmo palco "não tem preço". Mesmo. Pouquíssimas pessoas que estavam lá conheciam o B.R., e muita gente deixou para chegar só na hora do Interpol. Mas quem chegava desavisado e dava de cara com a japonesinha se descabelando no palco berrando feito uma Bjork, tinha que ficar até a música acabar.

* Eu nunca soube que ela não conseguia falar meia palavra em inglês. A comunicação com a platéia foi ficando cada vez mais difícil, até que ela desistiu. Fofa, balbuciava algumas coisas que ninguém sabia o que responder ou como reagir. Ela tem uma dancinha louca, parece uma criança em transe. Vai se contorcendo, troca de instrumento, faz uns solos de metal com a guitarra, abandona e pega um teclado, joga a boina, se descabela e solta um "tank" you sem graça para a platéia.

* Sou muito fã dos gêmeos, mas não parei de olhar para ela. Assim como o Sam Fogarino, baterista do Interpol. Ele assistiu ao show do palco e acabou tocando três músicas com o a banda. Duas baterias! Para completar, Paul Banks entra para acompanhar o quarteto na melhor música do BR, "23". Show perfeito.

* Mesmo longe, consegui fazer um vídeo humilde. Reparem nas duas baterias! No gêmeos incríveis (adoooro o Amedeo)! No Paul Banks com gorro preto fazendo o modesto! E na dança sensacional da Kazu Makino. Meu cabelo não permite imitar.

"23": Blonde Redhead + Paul Banks & Sam Fogarino (Interpol)



* E para quem não conhece o Blonde Redhead, o site oficial é lindo e dá para ouvir bastante coisa clicando em "music", obviamente. Dãr. O wikipedia também é uma boa. E se você achar que é uma cópia do Sonic Youth, não é mera coincidência: a banda foi produzida pelo Steve Shelley (baterista S.Y.) no começo da carreira (1993). Salve o Wiki!

[ Blonde Redhead: site oficial ]

[ http://en.wikipedia.org/wiki/Blonde_Redhead ]

No More TopShop

Eu tenho medo da Oxford Street *foto by Orhan

* Já pedi demissão da loja dos horrores! Ufa!

* TopMusic: Há pelo menos 19 músicas que nunca mais vou conseguir ouvir na vida, tudo por causa da TopShop. Tenho calafrios só de ouvir Gallows, ou "aquela" da Bjork, ou a última do New Young Pony Club. Arranjaram um novo DJ essa semana que embarcou numas de rock garageiro no volume 10. Eu vi cliente sair correndo. Imagina trabalhar por 8 horas como se você estivesse dentro de uma cabine com o Tchello tocando na orelha. A música mais relaxante do setlist dele era Allison, do Pixies.

* TopMoment: Nesse tempo todo, posso dizer que além do desconto amigo para o pessoal "da firma", a única coisa interessante que me aconteceu por lá for ter atendido o Matthew Followill, do Kings of Leon. Mais nada. A calça dele era tão apertada que eu achei que ele não fosse conseguir levantar mais e ele nem levou a bota cowboy vintage de couro vermelho desbotado que eu ofereci.

* TopTraining: O top da bizarrice fica por conta do treinamento de sete horas, que inclui, entre uma simulação de incêndio e um "como se comportar ao avistar um terrorista em potencial", um modesto "o que fazer quando uma celebridade como o David Beckham entrar na loja". O David nunca entrou.

* TopAbsurdinho: a foto acima é do Flickr do Orhan, que captou a entrada da loja com uma multidão insana - e com nada melhor para fazer em Londres, no dia em que a Kate Moss lançou sua coleção lá dentro. Dizem que foi ela mesmo quem desenhou. Aham.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O Homem Urso, o Homem Alasca e o Homem Nerd

* Os filmes americanos por algum motivo, demoram horrores para chegar em Londres. Para vocês terem idéia, o desenho Ratatouille ainda está na lista de estréias e ainda recebe resenhas todo final de semana. Só nas últimas semanas consegui ver Into The Wild do Sean Penn e Darjeeling Limited, do Wes Anderson.

* Eu não vejo tanta diferença entre a história do menino playboy aventureiro Chris McCandless e a do doido Timothy Treadwell, aquele que falava "I Love You" para cocô de urso. Cada um na sua, mas a ingenuidade dos dois para mim é a mesma.

* O que eu vejo é uma diferença enorme de direção de um filme para o outro, o que faz com que um seja patético (o homem Urso) e que o outro seja herói (o homem Alasca). Se McCandless tivesse filmado sua própria aventura como fez Treadwell, nossa impressão do aventureiro galã não teria sido outra? Ou, se a sua história tivesse sido contada por Werner Herzog, sem trilha do vocalista do Pearl Jam ou imagens aéreas da imensidão branca do Alasca... como seria?

* Paralelamente, eu imagino o que teria sido do Homem Urso se a história dele tivesse sido filmada pelo Sean Penn (que eu adoro, mas que deveria continuar mais ator e menos diretor)... Ele passaria de doido a herói, já que tudo isso é apenas um detalhe de casting. Um Brad Pitt de bandana e um urso tipo Disney. Trilha do U2. A cena final seria estilo "Lendas da Paixão". Brad Pitt se agarrando com o urso, câmera lenta, música dramática, câmera ligada, herói sorri para o urso e diz I Love You antes de ser devorado. Ou mais ou menos isso.

* Eu adoro filmes sobre famílias excêntricas e/ou caindo aos pedaços. Aqui tem uma lista deles. Também adoro mais um filme sobre o nada do diretor nerd Wes Anderson. Melhor ainda se for um road-movie na Índia com trilha sonora esquisita e Adrien Brody no elenco. O 'nada' nessas condições vale muito. Diferentemente do 'nada' em um submarino com o Seu Jorge. Também é do Wes Anderson, mas não consegui gostar.

* Para fãs do Wes Anderson somente: o site Rushmore Academy funciona como um blog do diretor. Ele é meio feio visualmente, mas é cheio de informações valiosas. Detalhes da filmagem do Darjeeling, a trilha sonora, biografia completa de todos os personagens de todos os filmes (a biografia dos ótimos Tenenbaums é uma delíca de ler), kits de imprensa, partes originais dos roteiros e próximos projetos.

[ Rushmore Academy ]